No último dia "de folga"(domingo), aproximadamente às 6:30 da madugada - qualquer horário antes das 9 da manhã para mim é madrugada - estávamos no Farol da Barra, eu, Lulu, Bel e Dondoca. O que um filho não faz, hein?
É que, na segunda feira passada, dia 10 de novembro, após mais de 5 meses "em casa", por conta da licença maternidade que, infelizmente, durou apenas 4 meses e mais 40 dias de licença prêmio, voltei ao trabalho.
Agora sim, tive certeza absoluta de que os seis meses de licença maternidade são mais do que justos.
E, se eu andar um pouquinho sumida, o motivo é óbvio!
"São 9 meses de gravidez. Para a maioria das mulheres, um período mágico. Nos sentimos em estado de graça absoluto. Nasce o bebê e passamos mais 4 meses em delírio absoluto, curtindo cada careta que nosso pequeno filhote faz. Mesmo com todas as dificuldades de adaptação à rotina da maternidade, esses meses iniciais são de puro fascínio. Eis que o calendário anda muito mais depressa do que gostaríamos e lá se vão os 4 meses de licença maternidade. Chegou a hora de voltar ao trabalho! E agora, o que fazer?
Além da questão logística de com quem deixar nosso “tesouro”, somam-se a isso uma enxurrada de sentimentos, na maioria mais de angústia do que de entusiasmo pela volta.Ok, vamos rever os amigos, ganhar um pouquinho de tempo para um papinho num intervalo de almoço, mas parece que a dor da separação é maior do que qualquer outra coisa. Como vou aguentar ficar longe do meu bebê o dia todo? Essa recorrente dúvida faz todas nós perdermos boas horas de sono!
Na pesquisa que conduzi para a elaboração do meu livro, “Vida de Equilibrista: dores e delícias da mãe que trabalha”, entrevistei 850 mulheres brasileiras, todas mães e profissionais. Em uma das questões expostas a elas, perguntei que sentimentos eram mais marcantes nessa volta ao trabalho. Em ordem decrescente apontaram: ansiedade (33%), alegria(30%), insegurança (25%), conflito (24%), culpa (22%) e angústia (20%). Vejam que, dos seis sentimentos, cinco deles revelam algum tipo de mal estar.
Pela minha experiência como uma equilibrista, por mais que os outros tentem nos acalmar nessa retomada, só o tempo mesmo para nos ajudar a administrar tantos sentimentos. Para as que estão vivendo esse momento da volta após a licença, só tenho uma coisa a dizer: “Acredite! Você sobreviverá e seu bebê também!”.
fonte:
Cecília Russo Troiano é psicóloga, sócia-diretora da Troiano Consultoria de Marca e autora do livro “Vida de Equilibrista”. Casada e mãe de 2 filhos, ela afirma que é mãe equilibrista, vive sua vida tentando equilibrar “pratinhos”.