"- Mãe... Não precisou dizer mais nada e eu entendi tudo. Não pude conter as lágrimas nem o impulso de abraçá-la e, pasmem, correr para o telefone e ligar para o pai dela, que mora em outro estado, já com outra mulher e outros filhos:
- Zé, ela é moça, Zé!!
- Claro que é, desde que nasceu, você tá variando, mulher?
- Você não tá entendo, Zé, ela é moça agora...- Do que é que você está falando?- Os ingleses chegaram, Zé!!!
Escutei o fone caindo. Será que ele desmaiou?
Entendeu o que tinha acontecido à nossa filha e desmaiou de emoção. Claro! Mas ele retornou ao fone:
- Desculpe, o fone caiu, você sabe como sou desastrado. Você pode ser mais clara?
- A nossa menininha, Zé, não é mais uma menininha, ela já é uma mocinha, ela menstruou.
E choramos os dois ao telefone, até ele decidir que pegaria um avião naquele mesmo dia para dar um abraço de “boas-vindas” na filha, que ficou dias sem falar comigo direito, e com razão, mas virá a filhinha dela também e, um dia, ela escreverá a sua própria “crônica da primeira vez...” (texto: Morgana Pessoa)
Um dia, Naty, quando era bem pequena, devia ter uns três anos, me disse:
Mamãe eu também quero usar detergente. Seria absorvente?
Eis que chegada a hora!